segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ode ao Homem do Mangue

Recife tem cheiro de sangue e suor
Daqueles guerreiros que se criaram sós
Nasceram da lama, dela construíram castelos
Dela crescem e sobrevivem, meninos, homens e velhos

Liberdade é palavra difícil de se ouvir
Pra quem existe no mangue e não pensa em desistir
Palavras mais conhecidas são fome e labuta
Resumem suas vidas em uma palavra: Luta!

Alimentam a esperança com a carne do caranguejo
Renovam a sobrevida, alimentando o desejo
Na carne do homem da lama, quase sem carne,
O esteriótipo avesso da cidade

Sob o sol forte e o fervor do mormaço
Os pés descalços, como que com botas de aço
Não emitem um só gemido, ou grito de socorro
Caminham sobre a lama, dentro dela, como se pisassem ouro


Fábio Melo

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