terça-feira, 6 de julho de 2010

Meu Nome?

Meu nome? Sinceramente, às vezes nem consigo lembrar. Hoje mesmo ainda não foi pronunciado por ninguém. Talvez ontem também não.
Há dias não ouço uma voz amiga, ou alguém que me pergunte ao menos se tenho o que comer.
Tantos passam por aqui. Poucos olham para mim. Nenhum me dirige a palavra.
Medo? Por minha aparência? Pelos trapos no corpo? Por estar sujo?
Ouço alguns dizerem que é culpa dos governantes. Que estes não pensam nos marginalizados.
Ouço falar em projetos sociais, mas que ninguém os faz.
Acho que a culpa está nos corações endurecidos, nos que passam e nem olham, naqueles que falam tanto e que nada fazem.
A culpa também é de quem finge lutar e só mantém um prestígio com tal fingimento. Mas o tempo da mentira é curto. Longo e difícil é o caminho que traço nas ruas, sem ser notado, ou até notado, por vezes, mas ignorado.
Meu nome? Talvez eu lembre, mas no que vai importar?

Fábio Melo

quarta-feira, 30 de junho de 2010

A Guerra

A guerra está aí, nos pratos vazios e nos livros com palavras que não se juntam.
A guerra está aí, na fome que dói e no analfabetismo que destrói.
A guerra está aí, estampada em dores fortes, em letras de morte.
A guerra está aí, para quem quiser ouvir, nos sussurros dos que não comem e nos erros dos que não sabem ler.
A guerra está aí, para quem quiser ver, no corpo raquítico, nos olhos de quem não sabe escrever.
A guerra é bem clara, desmascara a invenção de um falso crescimento.
A guerra escancara uma realidade escondida em prol de vitórias políticas.
A guerra que mata, de fome e de desinformação.
A guerra de ricos contra explorados. A guerra de políticos contra pobres coitados. Dos fortes contra os fracos.
Mas esta guerra se faz em silêncio, sem explosão de bomba ou tiros disparados.
Nesta guerra não há reação do outro lado.
Meu Deus, vejo que me enganei,  não é guerra, é massacre!

Fábio Melo

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Tomé


Não tenho medo de nada
Que me venha "acontecê"
O mundo é minha morada
Digo logo pra você
Peço a Deus sua licença
Pro que eu tenho a "dizê"

Vou falar do meu país
Esta pátria tão gentil
Vive bem quem vive rico
O pobre sofre por mil
Que me perdoe ainda
O povo honesto do Brasil

Já não "credito" em nada
Já ouvi tanta promessa
Tenho medo até da sombra
E todo santo quer reza
Depois que vê o dinheiro
O rico, o pobre despreza

Por que tanta diferença
Crueldade e distinção?
Se tem dinheiro é sim
Se não tem leva um não
É rico numa cobertura
E o pobre aqui no chão

Se além de pobre ser
Há ainda preconceito
Se a pessoa é de cor
Já mudam a seu respeito
Há direitos pra o rico
O pobre não tem direito

Maluco seja quem for
Pra ir contra o homem rico
Rico é cabra de valor
Pobre não vale um "fuxico"
Quem tiver outra visão
Mostre pra ver se eu fico

Fábio Melo

segunda-feira, 10 de maio de 2010

En Passant

Senti a última gota de vida fugindo das minhas veias
E vi, de um ângulo diferente
Pessoas transitando no vai-e-vem das ruas
Presas na solidão de suas vidas, tão suas
Pessoas que nunca olham para os lados
Sempre em seus passos apressados
Sem um "bom dia" audível
Atitudes previsíveis
E me vi, em cada pessoa que segue o rumo da vida
Sem nem sequer perguntar qual o sentido
E lamentei
"Depois que minha vida terminou foi que descobri o sabor"

Fábio Melo

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ordenando os Pensamentos


A maioria de nós cresce na ordem “natural” das coisas. Escola, relacionamento, o início na vida profissional e as demais coisas que nos forma uma pessoa “normal”.
Todas essas coisas também nos ensinam algo fundamental para se viver nesse mundo. A hipocrisia, que sem ela somos apenas pessoas que não se adaptará a viver em sociedade.
É muito mais fácil se conseguir algo ou fazer amizades quando se usa da hipocrisia, são hipócritas conosco e nós também não podemos julgar ninguém, pois também somos todos os dias. Não devemos nos sentir culpados ou ficar com remorsos, pois isso é a ordem natural das coisas, da mesma forma que aprendemos a andar, falar e sorrir, também aprendemos a ser hipócritas.
A maior hipocrisia é negar que somos hipócritas.

Cássio Tavares

Paraísos Artificiais


 Acredito ser ponto comum entre a maioria das mentes que não pensam, e entre alguns pensantes, que aquilo que passa por uma reforma fica mais bonito. Deixa eu ser mais claro para que o português aqui seja bem falado. O artificial é mais belo que o natural. Silicone, botox, renew de milhares de espécies e outros trilhões de opções de cosméticos e tinturas fazem o sujeito bonito. Acordar de manhã sem a maquiagem ou a cobertura de qualquer porcaria dessas, uma calça que deixa o bumbum mais empinado, é dar um susto naquela pessoa que dormiu com você.
Os nossos parques só são bonitos se forem ambientes planejados, se forem naturalmente cultivados pela natureza sem interferência do homem é uma experiência que se deve realizar uma vez na vida e nunca mais. Pois a segurança das cercas dos parques e da falta de surpresa em nosso olhar é muito mais confortável e belo.
O artificialismo na beleza vai desde o photoshop nas milhões de imagens, passando por ambientes criados para agradar, roupas que ressaltam essa ou aquela qualidade física, colocando volume onde não existe naturalmente. Viva ao plástico! Morte à pele!

Draylton Tavares

Seleção (Des)Natural


Imagino o seguinte diálogo daqui há alguns – poucos – anos...

- Boa tarde Sr. E Sra. Qual o sexo da criança?
- Boa tarde. Hoje queremos um menino.
- Ótimo, Sr. Qual a cor dos olhos?
- Azuis, azuis.
- E a cor da pele?
O marido olha para a esposa e dá um riso de canto de boca e responde
- Branca, com certeza!
- Hum. Cabelos?
- Cabelos lisos, de cor preta, bem escuros.
- Tem mais alguma preferência, casal?
- Não, está ótimo.
- Ok. Vamos inseminar. Vocês podem acompanhar todo o processo pela internet, da inseminação ao nascimento, 24h por dia em nosso site.
- Ótimo.
- Boa tarde. Até mais...
- Boa. Até...

Ao saírem da clínica o casal lê em um muro a frase “Que tal a fecundação?”. A esposa olha para o marido com uma expressão de estranheza e pergunta

- Amor, o que significa fecundação?
- Não sei. Deve ser mais um destes estrangeirismos.
E seguem para casa.

Fábio Melo

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Bando




Me perco em meios as siglas
de DEM ao PC do B
de direitas e de esquerdas
ideologias vagas

do PT e PSDB
PMDB e PSol
PC sei lá mais do que
Sabe-se lá quem é qual

Em tempos de eleição
Proliferam nomes e siglas
Não se sabe mais da vida
Ou ideal partidário

Sabe-se de campanhas
Promessas e não sei o quês
Sabe-se que têm muitos
Cambada de FDP's


Fábio Melo

domingo, 25 de abril de 2010

Verme Capital




Havia um tempo em que sonhávamos.
Pensamos bastante e descobrimos que em uma centena de anos poderia o capitalismo mudar, mas sabemos que isso é um sonho distante.
Percebemos que levaria mais tempo. O capitalismo é um verme que muda, ele se adapta ao organismo que ocupa, então ele não vai mudar em pouco tempo.
O que nos resta, sem o pessimismo, sem o falso realismo é viver diferente do que prega.
Sabendo que não há escapatória, pois um sistema é um sistema.
Para se corroer um sistema demasiado forte é necessária uma grande mudança sócio-econômica, coisa que está muito longe de nós, pois esse verme que muda é um parasita que nos delicia a ser alimentado, nos deixando com cada vez mais sede de alimentá-lo.
A fome e o prazer em nosso estômago, em nossa libido parecem ser tão naturais, parecem ter nascido conosco.
Comer-nos, devorar-nos, imaginar um novo paraíso é apenas uma realidade fictícia da nossa mente.
Distante apenas pelo próximo clique que nos levará a janela onde todos os desejos não existem enquanto não criarem uma nova tecnologia.
A necessidade de consumir aquilo que é novo parece tão natural quanto esquecer aquilo que é antigo.
A vontade de comer, de devorar, está em nós naturalmente. Quando pensamos: A que droga de sistema que nos diferencia e nos deixa indiferentes a “n” situações miseráveis.
Logo voltamos a pensar no sapato desejado, na roupa cara, no restaurante de luxo que quer jantar.
Não há escapatória total, a única escapatória é lutar como ele, como um verme, tentando fazer o mesmo, corroê-lo, devorá-lo, digeri-lo e excretá-lo.

Draylton Tavares e Cássio Tavares

terça-feira, 20 de abril de 2010

Caranguejos Com Cérebro (manifesto)

O primeiro manifesto do Mangue, na íntegra e em sua versão original de 1992.

Mangue, o conceito.

Estuário. Parte terminal de rio ou lagoa. Porção de rio com água salobra. Em suas margens se encontram os manguezais, comunidades de plantas tropicais ou subtropicais inundadas pelos movimentos das marés. Pela troca de matéria orgânica entre a água doce e a água salgada, os mangues estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo.
Estima-se que duas mil espécies de microorganismos e animais vertebrados e invertebrados estejam associados à vegetação do mangue. Os estuários fornecem áreas de desova e criação para dois terços da produção anual de pescados do mundo inteiro. Pelo menos oitenta espécies comercialmente importantes dependem do alagadiço costeiro.
Não é por acaso que os mangues são considerados um elo básico da cadeia alimentar marinha. Apesar das muriçocas, mosquitos e mutucas, inimigos das donas-de-casa, para os cientistas são tidos como símbolos de fertilidade, diversidade e riqueza.

Manguetown, a cidade

A planície costeira onde a cidade do Recife foi fundada é cortada por seis rios. Após a expulsão dos holandeses, no século XVII, a (ex)cidade *maurícia* passou desordenadamente às custas do aterramento indiscriminado e da destruição de seus manguezais.
Em contrapartida, o desvairio irresistível de uma cínica noção de *progresso*, que elevou a cidade ao posto de *metrópole* do Nordeste, não tardou a revelar sua fragilidade.
Bastaram pequenas mudanças nos ventos da história, para que os primeiros sinais de esclerose econômica se manifestassem, no início dos anos setenta. Nos últimos trinta anos, a síndrome da estagnação, aliada a permanência do mito da *metrópole* só tem levado ao agravamento acelerado do quadro de miséria e caos urbano.

Mangue, a cena

Emergência! Um choque rápido ou o Recife morre de infarto! Não é preciso ser médico para saber que a maneira mais simples de parar o coração de um sujeito é obstruindo as suas veias. O modo mais rápido, também, de infartar e esvaziar a alma de uma cidade como o Recife é matar os seus rios e aterrar os seus estuários. O que fazer para não afundar na depressão crônica que paralisa os cidadãos? Como devolver o ânimo, deslobotomizar e recarregar as baterias da cidade? Simples! Basta injetar um pouco de energia na lama e estimular o que ainda resta de fertilidade nas veias do Recife.
Em meados de 91, começou a ser gerado e articulado em vários pontos da cidade um núcleo de pesquisa e produção de idéias pop. O objetivo era engendrar um *circuito energético*, capaz de conectar as boas vibrações dos mangues com a rede mundial de circulação de conceitos pop. Imagem símbolo: uma antena parabólica enfiada na lama.
Hoje, Os mangueboys e manguegirls são indivíduos interessados em hip-hop, colapso da modernidade, Caos, ataques de predadores marítimos (principalmente tubarões), moda, Jackson do Pandeiro, Josué de Castro, rádio, sexo não-virtual, sabotagem, música de rua, conflitos étnicos, midiotia, Malcom Maclaren, Os Simpsons e todos os avanços da química aplicados no terreno da alteração e expansão da consciência.
Bastaram poucos anos para os produtos da fábrica mangue invadirem o Recife e começarem a se espalhar pelos quatro cantos do mundo. A descarga inicial de energia gerou uma cena musical com mais de cem bandas. No rastro dela, surgiram programas de rádio, desfiles de moda, vídeo clipes, filmes e muito mais. Pouco a pouco, as artérias vão sendo desbloqueadas e o sangue volta a circular pelas veias da Manguetown.

Fred Zero Quatro

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ditadura Maqueada

,

Não damos mais importância aos erros do governo, nem sequer observamos toda a podridão que assola os nossos governantes.
Não enxergamos que o nosso presidente  tem por ídolos pessoas que na verdade não têm nenhum senso de democracia. Chavez, Fidel, governantes que cerceam a liberdade em seus países.
Também não atentamos para as companhias nada aconselháveis com as quais o Lula uniu-se, Collor, Sarney, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, sem contar os Delúbios, os Paloccis e todo um PT do mensalão.
O mesmo PT que não assinou a constituição de 88, que combateu o Plano Real, agora tenta ferir ainda mais a democracia do nosso país, que tanto penou para alcançá-la, com um terceiro mandato do PT, na figura de Dilma.
Atrevo-me até a dizer que vivemos uma ditadura perfeita, maqueada, que de tão perfeita não é nem notada por aqueles que a vivem cegamente. Vivemos um populismo cego, na figura de um homem que se assemelha a um messias televisivo. E seu populismo nos fez esquecermos de tudo o que ele já representou para esta nação, o atraso que ele e seu partido representavam para o nosso país e de tudo que de sujo aconteceu durante o seu governo.
Quase unanimidade nas intenções do povo Lula até mesmo nos faz esquecer que “toda unanimidade é burra”.
Seguidor da política de FHC, procura destruir a imagem de seu antecessor, e mascara os fatos de que sem o Plano Real seu governo não seria nada, de que teve que assinar um compromisso de manutenção do plano econômico de FHC para que todos se acalmassem antes de ser eleito, que teve que se maquiar com Duda, que o fez de cordeiro, que apenas tocou pra frente projetos do governo anterior, que, tendenciosamente seriam melhorados, independentemente de quem assumisse.
Fábio Melo

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Olhar de Lua Cheia

É um olhar de  lua cheia
Um olhar que me incendeia
E eu fico parado a pensar

Meu Pai, porque isso comigo?
Essa menina-perigo
Tá dançando só pra me tentar



E essa saia que balança
Junto com a linda trança
Que vem o seu cabelo formar

É o sorriso da mais bela
Agora só quero ela
Pra meu sonho se concretizar

Cássio Tavares

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vozes

No calar da madrugada
Ouço vozes perdidas
Pessoas que clamam
Por um pedaço de vida


Ouço vozes que gritam
Em tons dissonantes
Gritos sem nenhum alcance


Nem alcance do governo
Nem alcance dos que passam
Ao alcance de ninguém

Pois aquelas vozes caladas
No meio da madrugada
Eram vozes do além


Fábio Melo / Rafaela Amaral

terça-feira, 13 de abril de 2010

Dos Excluídos


Quero ouvir da tua história, Maria
História de quem trabalhou na cozinha
Quero ouvir da dor do Negro
Que sofreu nas mãos de seu senhor
Quero ouvir o lamento de quem tem sede
E da mãe que cria seu filho sozinha
Quero ouvir da tua força
Quero ouvir do teu valor

Quero ouvir da tua história, Índio
Escravizado, assassinado
Quero ouvir não a voz dos colonizadores, mas a dos colonizados
Quero ouvir de todo o povo excluído
Quero ouvir da sua dor
Quero ouvir da sua força
Quero ouvir do seu valor

Fábio Melo

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Para além do bem e do mal



A velha disputa entre o bem e o mal povoa as cabeças e corações da população em geral. Não falo de todos, alguns já superaram esse duelo besta. Digo besta e ultrapassado por simplesmente não haver bem e mal absoluto, não existe o que é completamente bom nem o que seja completamente mal, existem diferentes pontos de vista e guerras de vontades.
Essa idéia de que há forças que conspiram para o bem e outras que o fazem para o mal é uma visão que não se enquadra com a realidade. Percebemos, através de nossas experiências, que o certo e o errado vai de acordo com quem melhor souber argumentar e usar os fatos e situações a seu favor, quebrando com a mítica ordem do universo onde havia claramente um bem e um mal.
Pode ser dentro da religião, onde esse discurso é mais forte, pode ser dentro da política ou até de nossas relações pessoais, sempre achamos que o certo é aquilo que fazemos, e quando erramos não foi por fazer o mal, mas por fazer um bem incompleto. Bem e mal morreram no dia de seu nascimento, quando o primeiro homem convenceu o segundo de que bom era a terra ficar cercada e pertencer a quem a cercou primeiro.

Draylton Tavares

domingo, 11 de abril de 2010

Termo de Perdão


O cortejo mais triste está sendo o da vida.
Cortejo fúnebre de tal forma ainda não vi.
Fechamos o caixão da vida cada vez que matamos alguém,
Nos dividimos, brigamos e cada dia mais deixando de ser mais humanos.
Acho que a palavra a ser usada é essa, humano, que ao invés de matar, dividir, brigar e sei lá mais o quê, deveríamos só nos amar.
Ainda não entendemos o seu recado direito. Desculpe Pai!

Cássio Tavares

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Brasa


Ainda vejo a brasa acesa
Entorno a garrafa em busca de um último gole, que já não há
Amanhã é segunda
Mais um dia de trabalho
-Pra poder ter um salário
(Nunca entendi como tem tanta gente que nunca faz nada
E anda de terno caro, carro zero, no fim-do-mês recebe uma "bôlada")
E a vida vai se consumindo
O que existia vai sumindo
Outras coisas vão surgindo
E a vida não para
Para onde vou hoje?
Algo novo?
Ou o ontem é o hoje e o amanhã de novo?
E o tempo vai tragando a vida
A gente faz
Ou passa e não volta mais
E a brasa se apaga

Fábio Melo

sábado, 27 de março de 2010

Fome e Fartura


O trabalhador com fome de descanso
O detento saciado do tédio
O jovem com fome de liberdade
O pobre saciado de humilhação
O burguês com fome de dinheiro
O povo saciado de pagar mais caro
O político com fome de se eleger
Nós saciados de votarmos e ficar na mesma ou até pior

Todos com fome de algo
Todos saciados de algo

Cássio Tavares

segunda-feira, 8 de março de 2010

Sonho de Consumo

Nos centros urbanos o caos, cada um com seu problema. Frustração. A agonia de trabalhar na intenção de chegar em casa e encontrar paz, até problemas, que não sejam relacionados ao dinheiro. Proletariado, comprar dois pares de roupas e um sapato no final de ano para os filhos é o maior luxo que o salário proporciona. Nessas horas o que menos ele quer pensar é em dinheiro, motivo do stress, da falta de sono, mas é um motivo comum para um pobre brasileiro.
O sonhar que a vida vai além do dinheiro é um dom, não concebido por todos, há quem não lembre que as jóias, dinheiro, carro e suas posses, sejam elas quais forem, não dão para levar depois da morte.

Cássio Tavares

terça-feira, 2 de março de 2010

A Grande Mídia e Outros Peixes

O papel da grande mídia já foi ricamente discutido entre diversas pessoas, seus pontos positivos e negativos já chegaram próximos da exaustão, mas sempre algo novo aparece a favor ou contra essa forma de comunicação. Não pretendo aqui defender a mídia de massa, mas ver como a pequena mídia pode ser tão efetiva.
Todos aqueles que têm consciência sobre o que é mídia sabem muito bem que o papel de informar cabe a ela. Vemos na verdade a grande mídia cumprindo esse papel, porém a maneira distorcida do repasse de informação confunde mais que direciona. Se direciona é para aumentar o consumo e um estilo de vida egoísta e inconsciente. Por outro lado a pequena mídia nos traz essa visão crítica da realidade, informa e propõe programas, matérias reflexivas, seja no jornal televisivo ou impresso.
Onde está o erro na pequena mídia para que ela, com seu caráter de formadora de sujeitos pensantes, não seja amplamente assistida? Sua falha é a linguagem, as expressões são difíceis e sua imagem é feia. Observamos, quando circulamos pelo centro, ou periferias, que a grande mídia está em todo canto: outdoors, vitrines, cartazes, etc...sua imagem é boa e a linguagem acessível. Os “moderninhos” de plantão irão logo levantar suas cabeças ocas e dizer: Falta conteúdo! Falta arte! Falta subjetivismo! Isso é só mercado! O que dizer como resposta? É claro, se a pequena mídia, com seu intuito de formar opinião, fosse atraente além do próprio conteúdo e mais barata a massa teria acesso e desejo de conhecer.

Draylton Tavares

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Nova República

Estamos vivendo hoje num país emergente. Dizer isto do Brasil alguns anos atrás era algo surreal, ilusório, hoje o País é uma realidade.
Com uma política econômica de continuidade alcançou o amadurecimento.
O Brasil, tão sonhado "país do futuro" é agora o próprio futuro. Mesmo cercado por ditaduras modernas como se vê em alguns poderes latino-americanos, o nosso poder mantem-se democrático, uma democracia ainda em estágio de maturação é bem verdade, mas que existe de fato e de direito.
Nossa Nação ainda sofre crises políticas - grande derrota do governo atual foi a corrupção,
o índice de violência é alto, o grau de analfabetismo também, mas políticas públicas e sociais bem aplicadas podem resolver tais problemas.
estamos como o sinal de alerta ligado. o mais alarmante é a má distribuição de renda que gera marginalização, miséria, fome, morte,
país modelo, econômia emergente, copa do mundo 2014, olímpiadas 2016, um dos países que mais cresce no mundo. os parabéns ao Brasil, mas pés no chão e olhos bem abertos aos problemas que ainda nos maculam.
que as ações sejam sempre bem maiores que as promessas.
que estejamos atentos nesse ano de eleição presidencial aos candidatos e que saibamos que não se faz necessário continuidade política, mas políticas de continuidade, não se faz necessário manutenção de poder mas manutenção de ideais.

Fábio Melo

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Uns e Outros

Uns com fome de comida
Outros com fome de dinheiro
Uns lutando por um pedaço de terra
Outros guerreando pelo planeta inteiro
Uns querendo um pouco de informação
Outros censurando por "precaução"
Uns com desejo de viver
Outros visando apenas o ter
Uns se tratando como irmãos
Outros negando água ou um pedaço de pão
Uns valorizando a vida
Outros desperdiçando a vida
Uns e outros na verdade são iguais
Raça Humana, alguns parecem animais

Fábio Melo

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Desenvolvimento

Desenvolvimento, crescimento, gerando cada vez mais empregos na área Pernambucana e abrangendo mais seus poderes. Suape trouxe sim tudo isto para cá, em compensação perdemos grande parte da tranqüilidade e da beleza do litoral da Região Metropolitana do Recife. Praias como Pina, Boa Viagem, Piedade, Candeias, Del Chifre dentre outras não nos têm a serventia que tinham antes.
Ataques de tubarões começaram a aparecer logo após a construção do novo porto da “Porta do futuro Pernambucana” que além de toda essa tecnologia e desenvolvimento trouxe à morte a alimentação dos tubarões da área que até então se alimentavam de acordo com a lei da natureza. Hoje o cenário é diferente, já houve muitas mortes no litoral Pernambucano, o investimento e a propaganda parecem que tapam a visão do povo para ver o que causou esse desastre biológico.
Porto de Suape, investimento da década!

Cássio Tavares

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Sujeito

Eu me sinto meio morto hoje em dia, já que a saúde pública é uma merda. Eu me acho meio otário por sair num dia de domingo para ter que votar na minha desgraça, em quem eu vote, nada muda, tudo igual, e é sempre bom lembrar que ninguém é igual a ninguém.
Eu me acho meio covarde as vezes quando não ajuda ao próximo, mas é que também eu preciso ser ajudado. É, eu também me sinto meio lerdo com a rapidez dessa violência que assusta qualquer super-herói.
Eu sempre saio de casa com medo, mesmo sem dever nada a ninguém, somente nas lojas de crediário, pois sou brasileiro. E por falar nisso, como é difícil sobreviver nesse país; se não fosse nossa fé, Ah!, Nossa fé!
Eu estou só, sem ninguém por perto, nesse deserto cheio de ilusões com toda essa gente confusa.
Eu presto atenção e não presto pra nada; eu sei de tudo e não entendo porra nenhuma; eu não uso drogas, mas convivo lado a lado. Eu tenho fé com a grande desconfiança de tudo, e eu vou morrer um dia, mas queria viver como gente, não mendigando as coisas, sem ter que pedir pela paz, nem ter que lutar por um grande amor.
Eu me acho, me sinto, me vejo meio perdido no mundo.
Eu vou...eu estou...eu...eu...eu me amo e isso ninguém paga.

Ciro Tavares

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Carpe Diem

Não deixa que as idéias dos dias que hão de vir possam te sufocar
Aproveita o dia que se dá
Não se prenda ao que ainda há de vir
Deixa acontecer
Curte o que está aí
Da melhor maneira
Com toda intensidade
Faça tudo que tiver vontade
Aproveite o dia
Sem pensar num amanhã que ainda nem existe
Seja sempre feliz
Nunca triste
O amanhã se inicia nas ações de hoje


Fábio Melo

Os macaquinhos!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Bem - Aventurados

Bem - aventurados os que respeitam o rico e o pobre, os que não fazem distinção
Bem – aventurados os que olham índios, negros e brancos com o mesmo coração
Bem – aventurados os que lutam por direitos iguais para todos
Bem – aventurados os que pensam que para cada maioria há um pouco
Bem – aventurados os que não baixam a cabeça diante da injustiça
Bem – aventurados os que não caem no mal da cobiça
Bem – aventurados os que não enganam
Bem – aventurados os que não tramam falcatruas por baixo dos panos
Bem – aventurados os que lutam por um país varonil
Bem – aventurados os que acreditam e lutam para salvar o Brasil

Fábio Melo

Cada um na sua Loucura

Cada um na sua
Considere o que quiser
Se chamas de loucura
Louco tu também és

Tu curtes o teu vício
Considerado legal ou ilícito
Não aponte para mim
Não sou o único

Cada um na sua
Em casa ou na rua
Rezando
Ou viajando pra lua

Sem verdades absolutas
Absolutamente, cada um tem sua verdade
Cada um na sua
Inteiro, metade

Seja lá em que for
Cada um na sua
Seja aqui ou na rua
Jovem ou senhor

Seja onde ou aonde for
Mendigo, doutor
Na Terra, em Marte, numa esquina, numa rua escura
Cada um na sua loucura

Fábio Melo

Ditadura da Televisão

A televisão nos traz muito entretenimento, sim é verdade. Mas será que é tanto esse para que nos deixemos perplexos como zumbis dentro de nossas residências? Ficamos presos à programação que ela nos oferece que chegamos a achar ou até nem pensamos se está se passando algo melhor lá fora, o mundo em si não é lá a melhor escola pra vida, porém viver como uma sociedade de esquizofrênicos que se escondem do mundo não é nada legal.
Amigos que se comunicam na maioria das vezes via internet, familiares também, contando suas vidas e seus dia-a-dias através de sites e coisas do tipo se mantendo jovens cada vez mais fúteis e tudo começou com a ditadura da televisão que pelas entrelinhas de programas e comercias nos fazem pensar assim. Qual senso político um jovem de 18 anos tem hoje na cabeça? Corpo sarado, Carro equipado e papai paga o estrago.
Já pararam pra pensar se você sai frequentemente? Você conhece as belezas da sua cidade, ou melhor, você conhece seu bairro?
Convido você a conhecer o mundo! A vida não é tão bela, entretanto não é um filme de terror.
Desligue a televisão, o que você quer encontrar pode estar lá fora você tem que respirar.

Cássio Tavares

Um ponto de Fuga

Você acorda puto da vida, com seu humor no pior lugar possível. As pessoas que moram com você só lhe trazem raiva. Mas esse sentimento não é diário, só duas ou três vezes na semana que acontece, algo que você não sabe como se livrar, mas um dia aparece a bebida e passa esse sentimento de raiva, de revolta contra o mundo, os problemas desaparecem. Mas no lugar da bebida pode ser o cigarro, a religião, o futebol ou qualquer outra coisa que te distraia ou te ajude a esquecer das dificuldades da vida. É isso que todos nós precisamos, de um vício, um cano de escape, algo que nos ajude a esquecer os problemas vez ou outra. Podemos ter esses meios de fuga como algo que não nos prejudique, pois só procuramos quando os problemas aparentemente não têm solução. O grande vacilo é deixar esses canos de escape se tornarem maiores que nós, sermos dependentes plenos. Na dependência deixamos de beber com os amigos no barzinho para ganharmos o título de alcoólatras, viramos fundamentalistas religiosos, maconheiros, lutadores campais nos jogos de nosso time, por aí em diante. Precisamos de canos de escape, mas precisamos de vícios que nos destruam?

Draylton Tavares